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Lá vamos nóis traveis: Agora Bélgica. (07/10/10)

Amanheceu em Groningem, hoje um típico dia holandês. Nublado e com uma chuva fina, e frio. Os dias que por aqui vinham sendo agradáveis, amanheceu com 9ºC. Arrumamos as malas no carro e fomos pela estrada a fora. Hoje as estreitas estradas locais da Holanda deram lugar as auto estradas, modernas e bem cuidadas, e com o melhor, sem nenhum pedágio. Não pudemos contemplar a vista por conta da neblina, embora já a conhecêssemos é incansável observar os campos holandeses, adornados por vacas e ovelhas. Nosso destino de hoje é Brugge na Bélgica e para isso temos que cruzar toda a Holanda até lá. Ao preparar o roteiro de viajem, vi que havia a possibilidade de passarmos pelo dique de Afsluitdijk (dique de fecho) é um dique gigantesco que liga a Frísia a província do norte da Holanda, que separa o lago Ijseelmer (lembra dele lá de Volendan, só que estamos a quase 100 km de distância) do mar de Wadden. O dique criou o maior lago da Holanda e foi um dos marcos na construção dos polderes. Conforme seguíamos pela estrada a neblina não baixava e cada vez mais me arrependia de andar um caminho maior para percorrer os 30km de extensão da obra. Iniciamos a passagem e o tempo continuava fechado, da estrada vê-se (não fosse a neblina) o lago.  A parte do oceano não é tão visível pois é protegido por uma barreira de 7,5m de altura. Mas nem tudo foi azar, ao chegarmos em um dos três mirantes do percurso, tivemos alguns instantes de Sol, em que pudemos contemplar a vista dessa obra que os Holandeses consideram fundamental para a sobrevivência do país, embora tenha causado uma alteração muito grande no ecossistema ao redor dos mais de 1100 km² do lago. Passamos por Amsterdam, entramos na cidade e fomos a estação de trem tentar comprar a passagem para nossa volta a Paris no domingo. A fila era de mais de 50 pessoas na nossa frente, ficamos por mais de 30 min. aguardando e apenas 10 foram atendidos. Entramos no carro e partimos para o nosso destino. Entramos na Bélgica na estrada não existe nenhum tipo de fiscalização ou indicação de mudança de mais exceto duas placas azuis com as estrelas da União Européia, escrito "Belgium", no centro. Nosso primeira parada nesse país seria em Ghent. Ao entrar nota-se a diferença nos costumes dos países. A arquitetura das casas, a disposição e o tipo das lavouras e fazendas ao longo da rodovia chamam a atenção. Agora já não vemos mais os canais que servem de divisões nos pastos holandeses. Notadamente a terra não é tão encharcada, os pastos são mais irregulares, e começam a aparecer as primeiras cabeças de gado de corte, quase não vistos na Holanda. A incidência de ovelhas no campo também é menor.Chegamos a Ghent a maior cidade de Flandres oriental, na idade média foi uma das cidades mais ricas da Europa Ocidental, pela importância da confluência de seus rios. A criação de ovelhas de lã foi um importante fator de desenvolvimento econômico para a cidade na idade média. Visitamos o castelo de Gravensteen, que foi morada de Phillip of Alsace, o conde de Flanders, o castelo foi uma cópia dos encontrados pelo conde pelos caminhos das cruzadas. Foi abandonado no século XIV, depois disso o castelo já foi usado como prisão e outros fins. Caminhar pelos interiores do castelo, que hoje não apresenta muito luxo, dá para ter uma noção de como era a vida na idade média.
Ainda faltava cerca de 40km para Brugge, e lá fomos para chegar antes do escurecer. Logo na entrada a cidade já começa a encantar. Patrimônio cultural da humanidade, a capital de Flandres, é também conhecida como a "Veneza do Norte", pelos seus inúmeros canais que cortam suas ruas. Deixamos os carros e as malas no hotel e fomos rapidamente fazer o reconhecimento da cidade, antes que escurecesse. O encantamento com a cidade foi imediato desde o primeiro contato, quando andamos pelas ruas de pedras, espremidas entre as casas que hoje, na sua maioria deram lugar a lojas e restaurantes, nos remetemos imediatamente para a idade média. Em alguns lugares não há sinais da vida moderna, e parece que a cidade realmente parou no tempo. Caminhamos pelas ruas e ao inicio da noite a sensação de regresso fica ainda maior. Os postes são de mais de 200 anos, é claro que já não se usa mais lampião de querosene, mas as lâmpadas geram uma iluminação tênue, que parece que somos iluminados por fogo, não há fios cruzando as ruas e nem pendurados de um poste aos outro, tão comum nas grandes cidades. Depois do primeiro reconhecimento, nossa guia gastronômica (Karina) nos indicou um bar onde se vende mais de 300 tipos de cerveja, segundo a proprietária. A cerveja aqui na Bélgica é levada muito a sério, existe uma rivalidade muito grande entre alemães, belgas e holandeses, sobre quem faz a melhor cerveja, briga boa que quem ganha somos nos que apreciamos uma boa cerveja. Ao contrario do que estamos acostumados a cerveja por aqui é forte tem aromas e sabores marcantes e teor alcoólico elevado. Por onde você passa há sempre bares repletos de turistas e de pessoas locais apreciando uma lager, pilsen, trapista, abadia, ale, pale, muitos outros tipos existentes por aqui. O pub estava totalmente lotado, mas ainda havia um banco no balcão do bar. A Karina se sentou e logo pedimos a primeira, eu fiquei em pé ali do lado, mas rapidamente arrumamos uma mesa para sentarmos. Ficamos ali apreciando nossas bebidas quando percebemos movimentos estranho e manifestações empolgadas na mesa ao lado. Quando nos viramos e fizemos o olhar nos vizinhos, surge a pergunta: Where are you from? Do Brasil, respondemos.  A mulher prontamente respondeu ao marido: Sabia que eles eram brasileiros ou russos, eles falam rápido de mais e a língua é muito parecida. O que??? português do Brasil, parecido com russo, deve ter cerveja de mais nessa história, não? Não. Ou melhor, por enquanto não. Aí ela nos explicou que uma hora que estávamos falando rápido de mais ela não entendia, então pensou que fosse russo, mas depois passou a perceber a semelhança com o espanhol. Conversa vai, conversa vem, cerveja vai, cerveja vem. Ficamos amigos, logo ela já estava com o nosso mapa, desenhando, rabiscando, informando, deu dica, enfim. Conversamos a noite toda. No final ainda ganhamos uma cerveja (cada um) dos nossos novos amigos belgas. Nos empolgamos tanto que quando saímos do pub, já não havia mais restaurantes abertos, aqui a maioria fecha as 10h. E depois de nossas 4 ou 5 belgas fomos cambaleantes, até um carrinho na praça central e comemos a famosa batata frita, chafurdada na maionese (eu pedi maionese com pimenta), a Karina comeu um salsichão com mostarda. Voltamos para o hotel que normalmente fica bem perto dali, mas naquela hora pareceu bem distante.

Clima típico na despedida da Holanda

Sobre o Afsluitdijk, ao fundo o lago IJseelmeer.

Usinas heolicas de eletrecidade são muito comuns no país.

Tradicional paisagen holandesa e suas vacas características.

Karina no Castelo de Gravensteen, observando o visual medieval de Ghent.

Karina entre os muros do castelo.

Karina, em Brugge, em frente a torre do campanário.

O prédio da prefeitura da cidade.


Edinho, na praça do campanário ao fundo os prédios típicos da região.

O meu amor, no Lago do Amor.

Curtindo o entardecer em Brugge de frente ao Lago do Amor.

Vista do Lago do Amor.

Castelinho iluminado no inicio da noite.

Panorama noturno do Lago do Amor.

Eu e meu amigo belga, entre umas e outras.
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4 comentários:

Unknown disse...

Oi viajantes!!já estava sentindo falta de sua companhia,nas viagens por aí afora.
Que maravilha,parabéns ao Edinho por tão claras as esplicações,que está nos passando.Adorei as fotos,pra variar arrasando sempre.
Beijos.Muita Saudades !!!Angelina

Dedi disse...

Oi pessoal!Como e bom conhecer tantos países e a história, economia, etc. gastando tão pouco..rsrsrsrsrs(nós é claro). estou adorando!!bjs da Tia Dédi

Edinho e Karina disse...

Oi mãe, estavamos atrasados com as postagens né?!!
Mas agora já esta td em dia, saudades d+++++

Edinho e Karina disse...

Assim é bom né tia Dedi!!!!Bjsss

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