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De Brugge a Paris, entrando na reta final. (10/10/10)

Acordamos bem cedo no domingo, o dia estava ensolarado, próprio para que aproveitássemos nossos últimos momentos por aqui. Ainda tínhamos coisas a fazer e a visitar. Então, um café da manhã rapidinho e rua. Nossa primeiro destino seria subir os 366 degraus da torre do campanário de Brugge. Chegando lá ainda faltavam dez minutos para abrir a visitação. Fomos os primeirões da fila, muito dispostos a subir a escadaria e contemplar a vista da cidade lá de cima. Embora não seja a torre mais alta da cidade, este título fica para a torre da igreja de Nossa Senhora é o mais alto mirante do lugar. Assim que abriu a porta, compramos o bilhete, respiramos fundo e vamos lá, subindo, subindo, subindo, no começo os degraus e as escadas são mais largos e a subida é tranquila. Depois do primeiro nível onde está um pequeno relicário com objetos do campanário, a escada começa a se estreitar, e a coisa começa a ficar feia. Depois de passados, sabem se lá quantos degraus, tem um outro nível onde se encontra o maquinário do relógio. Mas ainda não chegamos lá. Estreitaram mais um pouquinho as escadas e os degraus, claro, cada vez menores e depois de quase dez minutos de subida chegamos. A vista é compensadora, vale a pena o esforço, embora não tenhamos tido a vista 360º, já que metade da torre estava em restauração. Do alto vê-se toda a cidade, os telhados das casas seguindo o mesmo modelo, é marcante também ver o alto das igrejas e o centro antigo da cidade. Ainda podemos ver no horizonte o reflexo da modernidade com o lado mais novo da cidade. Bom mais agora que está lá em cima tínhamos que descer. Confesso que queria uma corda ou algo que me levasse até o chão sem tem que descer a escada, até tentei pegar carona com uma pomba que descansava no parapeito do terraço. Mas ela se assustou, antes. Bom então vamos lá aonde é a saída? Pela entrada. Não existe outra escada na torre portanto tem que se ajeitar e descer e colaborar com o fluxo de gente que sobe e que desce. No inicio do descenso já encontramos os primeiros que estavam subindo. Se aperta, se ajeita, se segura, um passa pra lá e outro pra cá, tudo bem seguimos. Devemos ter encontrado com mais de  15 pessoas no sentido oposto ao nosso. Mas enfim chegamos, as pernas sentiram por alguns segundos o esforço matutino. Mas para uma coisa a névoa do dia anterior valeu, nos impediu de subir, pois certamente com o número de turistas que estavam na cidade a visita ao campanário seria muito mais difícil.
Caminhamos pelas ruas de cidade com ar de despedida e já com saudade das belezas que deixaríamos para trás. Ainda pudemos tirar algumas fotos dos canais e das flores da cidade. Voltamos para o hotel, pegamos nossas malas e fomos tomar o trem. Para ampliar nossa coleção de europeus simpáticos, agora foi a vez da dona do hotel. Muito agradável a atenciosa, ao fecharmos a conta pedimos um táxi para nos levar até a estação. Algumas ligações, e depois daquela conversação em holandês. Ela não conseguira nenhum táxi, e nos levou em seu carro particular, com direito a cadeira de criança no banco traseiro, mala no banco da frente e vamos embora. Ela nos deixou na estação e com toda sua simpatia, voltou para os seus afazeres.   De Brugge a Paris de trem é uma viagem relativamente rápida, os trens europeus andam cronometradamente no horário, e as paradas são rápidas, é preciso agilidade para subir e descer. Vai ver que é daí a expressão: "Não demora que vc vai perder o trem". Não há trem direto nesse trecho, a primeira parte é cumprida em trem convencional, até Bruxellas, e nem podemos falar que conhecemos a capital da União Europeia. Pois a percorremos apenas duas plataformas da estação e trem partiu exatos 15 minutos após o nosso desembarque. Nesse ultimo trecho, já estávamos viajando a mais de 300 km/h nos modernos trens de alta velocidade. Chegamos a Paris, tomamos um táxi e deixamos as malas no hotel e fomos aproveitar um pouco mais da cidade luz. Nosso hotel, fica no Montparnasse, e com poucos minutos já estávamos descendo a rua de Rennes, relembrando nossa primeira semana de viagem. Mas faltaram nossos companheiros (Gabi, João, Lígia e Leandro) que caminharam freneticamente pela cidade conosco e fizeram muita falta no nosso segundo trecho de jornada. Caminhamos até o Boulevard Saint Germain, entramos na igreja da nome ao Bairro Saint Germain de Prés, que a partir após a segunda guerra mundial tornou-se uma referencia a vida intelectual da cidade. O bairro tinha frequentadores assíduos como Jean Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Miles Davis, Jean Luc Godard e muitos outros. Após nossa caminhada paramos em um dos restaurantes do momento em Paris, o Le Comptoir. Aproveitamos que aos domingos não são aceitas reservas, pois a lista de espera do local é de 5 meses. Depois da fracassada tentativa de jantar no bistrot que tivemos na semana anterior, dessa vez tivemos sorte. Ao chegarmos não tinha filas e sentamos prontamente. Para a nossa surpresa na mesa ao lado, estavam sentados um casal de brasileiros, que logo notaram nossa musicalidade idiomática e puxaram um bom papo. O casal de Fortaleza, já veio outras vezes a Paris e sempre fazem questão de comer por lá. Enquanto conversávamos e fazíamos nossos pedidos, a fila foi crescendo e quando olhamos rapidamente havia uma fila de espera de mais de 30 minutos. A comida do restaurante é muito boa e vale a pena conhecer e apreciar. O restaurante funciona no jantar dos dias da semana, somente com reservas e a fila de espera é grande. No almoço de segunda a segunda não há reservas, assim como o jantar de sábado e domingo, mas é bom chegar cedo.
De manhã até os cavalos se vestem.


Já no interior do Campanário, aguardando a subida.

Deslumbrante vista do alto da torre, recompensante.

Brugge pelo alto. Outra visão da cidade.

Os canais de Brugge, belíssimos.

Mais canais, incansáveis de admirar.

A cidade florida e o Sol da manhã, um charme especial.

Esperando o trem em Brugge

Fim do dia, jantando na cidade luz.

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