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Champagne, monsieur. (01/10/10)

Hoje o dia começou mais cedo que todos os outros, às 7 horas já estavamos esperando a van que nos levaria em excursão para as terras que produzem um dos mais famosos vinhos do mundo, Champagne. Uma região proxima de Paris, cerca de 150 km, com condições e cuidados especiais que fazem das uvas dessa região excelentes para o preparo do espumante com denominação de origem. Mas a primeira parada não foi em um vinhedo, antes um pouquinho mais de história. Paramos em Reims, uma das cidades mais importantes da França. Diz a lenda, que foi fundada por Remo, irmão de Romulo, criados pela loba segundo a lenda romana. A lenda da fundação de Reims, diz que quando os gemeos iniciaram a disputar o poder em Roma, Remo o mais fraco, fugiu para a França e fundou a cidade, batizada com as letras de seu nome. Sua localização geográfica central na Europa, fez com que Reims fosse vitima de sucessivos ataques e invasões, desde a idade antiga, pelos romanos, pelos barbáros e por ultimo pelos hunos liderados por Átila. Mas a visibilidade de Reims dá também pela sua importância histórica para os franceses. Na cidade existe uma belissíma igreja de estilo gótico, a Catedral de Notre Dame, muito semelhante a existente em Paris. Neste lugar foram coroados a maioria dos 25 reis da França, incluindo o Rei Sol, Luis XIV. A igreja é belissíma, com mais de 200 estatuas em todos os seus mais de 6000m² de construção. Ao lado do palácio de Tau, qua abrigava os reis na vespera da coroação. O templo que está prestes a completar 800 anos de existência no próximo ano, há exatos 271 dias, como mostra um calendário regressivo exposto na praça, passou por muitas destruições incluindo a última num bombardeio na primeira guerra mundial em que toda sua face oeste foi destruida, e comprometeu a abóboda central, a restauração ocorreu graças a doação do milionário americano John Rockfeller. Foi também dentro da igreja que os generais Einsehauer e Charles de Gaulle, firmaram o tratado de paz pelo final da segunda guerra mundial. No caminho também me lembrei de um fato histórico de minha vida que iniciou na catedral de Reims. Estudei desde criança em Botucatu, em um colégio de padres chamado Arquidiocesano La Salle, que existe em diversos países do mundo e foram dirigidos por padres ligados a uma "rede" de educadores, que são os irmão Lassalistas. E foi ali naquela catedral que em meados do século XVII São João Batista de La Salle, protetor dos educadores, celebrou a sua primeira missa e fundou essa rede, ali também se encontra uma estátua dele, do lado direito do altar.
Fomos então as vinicolas, a região de Champagne tem em Reims sua principal cidade, e em sua volta diversos povoados que cuidam das plantações das uvas Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay, as duas primeiras negras de suco branco e a ultima branca com suco branco. Ao chegarmos ao pequeno povoado de Ay, com cerca de 200 hab.,visitamos um parreiral bem nas colinas, fazia muito frio e a nebulosidade ainda não havia se dissipado, mas deu para ver a beleza das plantações com parreiras de no máximo 130 cm, que preservam essa altura para não serem destruidos pelos ventos. Visitamos pequenas vinicolas no mesmo povoado, que ainda produzem o champagne de maneira artesanal, e a produção delas é muito pequena, cerca de 25 mil garrafas por ano, que são vendidas totalmente na França, após a visita para conhecer o processo de produção, o merecido deguste do produto. Seguimos para Epernay, já uma cidade pequena de aprox. 25 mil hab. e a principal produtora de vinhos da região ali se encontra a maior das vinicolas a Moet & Chandon, que visitamos após um almoço no restaurante La cave A Champagne, em que nos foi servido um terrine de peixe com molho de champagne, de prato principal frango cozido ao molho de vinho tinto e de sobremesa sorvete de canela, com uvas frescas e chantilly. O fato curioso é que todos os pratos do local levam uva ou vinho na receita.
Fomos então a visita a Moet & Chandon, a maior e uma das mais antigas vinicolas da França. Como nós eramos os únicos brasileiros do grupo, que ainda tinham americanos e finlandeses, tivemos uma visita particular guiado por uma guia que falava português. Ali soubemos um pouco dos mais de 300 anos de existencia da casa, que abasteceu as festas de Luis XIV e XV e serviu as comemorações das vitórias de Napoleão, frequentador assíduo da casa.  Caminhamos em um pequeno trecho da cave da vinicola, que possui mais de 28 km de extensão, nas adegas chegam a ser estocadas até 30 mil garrafas para completarem o processo de fermentação. Caminhando por ali dá para imaginar os reis e os imperadores que por ali estiveram já se deliciando com esse líquido precioso. Interessante ver todo o processo de produção de uma bebida, cercada por acontecimentos e fatos históricos que ainda dão mais charme a marca. 
Curiosidade: Champagne é uma denominação de origem, que identifica os vinhos espumantes fabricados com uvas produzidas naquela região. Caso uma vinicola comprar uvas de outras regiões e produzir o vinho em Champagne, não pode utilizar esse nome no rótulo do produto. Toda a colheita das uvas dessa região são feitas manualmente e o percentual da mistura das 3 uvas utilizadas na bebida varia de acordo com cada enologo responsável. Provamos os espumantes da casa de Moet & Chandon e foi quando encerramos nosso passeio, no caminho de volta, o nevoeiro já se dissipara e pudemos contemplar a beleza e o charme dessa região da França.
Ao chegarmos em Paris encontramos nossos amigos e fomos jantar no Bistrot Perez et Filles. Em que minha experiencia gastrômica foi provar um Terrine de Pato, na entrada e o Fígado de vitela, como principal. Karina pediu a mesma entrada que eu, mas no principal um boeuf de tartare a poule, que é um tartare grelhado por fora e cru por dentro, todos os pratos acompanhados por um belo vinho de Bordeaux.
O fato mais inusitado da noite foi quando fomos tentar pegar os nossos já habituais 2 taxis, já que estamos em seis. O que não é uma tarefa fácil, porque se tem um serviço péssimo na cidade, são os taxis. Estava chovendo e parou o primeiro, e logo a Gabi, o João e a Lígia, entraram no carro e nós e o Leandro ficamos para tentar tomar outro. Quando de brincadeira a Karina disse vamos todos os seis, e o João pediu para a motorista que aceitou. Viemos feito sardinha em lata, rindo muito da situação e a motorista, sim uma mulher, não sabia sequer do que estavamos rindo. Claro que ela cobrou um adicional de excesso de peso, mas valeu foi merecido ela nos quebrou um galhão.
Hoje nos despedimos de Paris, eu e a Karina ainda voltaremos, na próxima semana. Amanhã tomamos um trem bem cedo para Amsterdam de onde descreverei nossas aventuras.
Catedral de Notre Dame em Reims

Campos de uvas em Champagne, vejam a névoa

Karina em uma florida fachada no vilarejo de Ay.

Em frente aos campos de uvas com muito frio
Hora de provar o líquido precioso.

Karina no vilarejo de Ay.

Ponte florida de Epernay, caracteristica da região.

Andando em adegas centenárias onde circularam reis e imperadores.

Um pequeno trecho dos mais de 28 km de adegas.

Garrafas na segunda fermentação; método Champanoise.

Em frente a Moet & Chandon

Saúde!!!!!

6 comentários:

Dedi disse...

Oi Viajantes!!Morro de vontade de conhecer esta região vinícola da França Ai que vontade de estar ai!Bjs da Tia Dédi

Unknown disse...

Oi Ká,que bom que resolveram conhecer esta região,
prá mim,emperdivel,um dia ainda espero conhecer.
As fotos estão lindas ,você está arrasando,nos lulukes.
Saudades,Angelina.

Daniela Lopes disse...

Oiii!! Fico vianjando nos textos postados....é como se eu estivesse ai com vocês! Saudades!
Bjos

Edinho e Karina disse...

Oi tia Dedi!!!Se algum dia tiver a oportunidade va conhecer essa região vale muito a pena. Nós adoramos......bj

Edinho e Karina disse...

Oi mãe, vc ia amar essa região é uma pena vc n estar aqui com a gente.
Bj e muitas saudades

Edinho e Karina disse...

Oi Dani, que saudades amiga!!!
Que bom que tem nos acompanhado...bjs

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